quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

D. Frei Manuel do Cenáculo 

No domingo 26 de Janeiro de 2014, a Missa das 11:00 horas será presidida pelo nosso Bispo D. António Vitalino Dantas, seguindo-se, após o almoço, uma sessão comemorativa, no Castelo de Sines, promovida pela Câmara Municipal.


D. Frei Manuel do Cenáculo de Vilas-Boas Anes de Carvalho (Lisboa, 1 de Março de 1724 - Évora, 26 de Janeiro de 1814), foi religioso franciscano, Bispo de Beja e Arcebispo de Évora. Filho de José Martins, de Constantim, Vila Real, e de sua mulher Antónia Maria, de Lisboa (de origens modestas), professou no Convento da Ordem Terceira de São Francisco em Lisboa, a 25 de Março de 1740.
Em 1749 doutorou-se em Teologia na Universidade de Coimbra, a onde veio a lecionar (1751-1755), tendo integrado a Junta Reformadora da Universidade. Nesta última desempenhou importante papel na reforma do ensino naquela instituição como Opositor e Lente, estudando ao mesmo tempo com grande empenho as línguas grega, árabe e siríca. Foi indicado à presidência da Real Mesa Censória pelo Marquês de Pombal, (a quem sugeriu a criação de uma biblioteca nacional) tendo sido nomeado deputado em 21 de Abril de 1768, e também confessor do Príncipe D. José em 16 de Março de 1769.  Em 1770, o Papa Clemente XIV decidiu restaurar a antiga Diocese de Beja, escolhendo Frei Manuel do Cenáculo para seu primeiro Bispo, tendo sido eleito a 5 de Março e confirmado a 4 de Setembro desse mesmo ano. Foi sagrado bispo pelo Cardeal Francisco de Saldanha da Gama na Capela Real da Ajuda a 28 de Outubro do mesmo ano. Retido em Lisboa ao serviço do rei D. José I, foi o principal sagrante de D. Luis da Anunciação Azevedo, O.P., 15º Bispo da Diocese Angola e Congo.
A 18 de Maio de 1777, após a morte do mencionado monarca, tomou posse e entrou solenemente na Diocese de Beja. Estableceu na sede da diocese bejense e em todos os seus arciprestados o uso das conferências eclesiásticas, fundando a Academia Eclesiástica de Beja em 1793, e instituindo no seu próprio paço episcopal um curso de humanidades.
Procurou também implementar na Diocese novas formas de espiritualidade quer para o clero quer para o povo, encorajando a prática da oração mental atravé da meditação de diversos temas da vida de Cristo e da Doutrina. Reavivou antigas devoções, principalmente o culto mariano, proclamando a Virgem Maria como protectora da Diocese Bejense, o que ficou bem espresso na fundação que o mesmo bispo fez da Academia da Imaculada Conceição, em 1790, destinada a propagar a Sua devoção na Diocese restaurada. Desenvolveu o culto ao Santissímo Sacramento e também o culto ao Sagrado Coração de Jesus ainda em expansão na Europa.
Foi ainda naquela cidade que começou a reunir uma importante colecção de peças arqueológicas, fazendo várias incursões a lugares da antiguidade como Mértola e Mérobriga (perto de Santiago do Cacém), juntando um valioso espólio lapidar e literário que transportou para Évora após a sua tranferência como Arcebispo Metropolitano tendo sido, deste modo, o pioneiro dos museus em Portugal. Regeu a diocese até que foi eleito Arcebispo de Évora, deixando numerosas e notáveis pastorais e outros documentos, nos quais tratava de promover a instrução do clero, e outros assuntos relativos à fé e costumes, chegando muitos deles a serem impressos e divulgados na época.
A este Prelado também se deve a dedicação da Igreja Matriz de Santiago do Cacém, a 1 de Setembro de 1800. A 8 Setembro de 1808, após a morte de D. Frei Joaquim do Rosário (1808), D. Fr. Manuel do Cenáculo, já como Arcebispo de Évora, escreveu uma pastoral em que se intitulava como arcebispo metropolitano de Évora com juridição na Diocese Bejense, anexando deste modo a diocese de Beja aos territórios da arquidiocese de Évora, até 1814.
Em 3 de Março de 1802 foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Évora: estava então com 72 anos de idade. Nesta cidade foi o responsável pela criação e instalação Biblioteca Pública. Durante a Guerra Peninsular, vivenciou os desmandos das tropas napoleónicas na região, nomeadamente o furto de inúmeras peças da Catedral e de outras igrejas, assim como da Biblioteca, não tendo os danos sido maiores pela intervenção do mesmo junto a ao comando dos invasores.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

 Missão em Porto Covo - Junto ao mar 

 Com o mar azul em pano de fundo, Porto Covo envolve-nos pelas suas belas paisagens, seja de magníficas praias, seja de planícies tipicamente alentejanas. É uma das duas freguesias do concelho de Sines, com pouco mais de mil habitantes, e foi criada em 31 de Dezembro de 1984. Junto ao mar, a vocação turística desta terra cumpre-se e é hoje o principal centro dessa actividade no concelho e um dos mais importantes do Alentejo.
(Os Bombeiros transportaram a imagem da Senhora das Missões,  de Sines a Porto Covo)

No Verão, Porto Covo é visitada por milhares de pessoas, vindas dos mais diversos lugares. As praias enchem-se de gente, as ruas têm muito movimento, ouve-se falar várias línguas ou um português, com muitos sotaques. Este fervilhar de gente cria um ritmo e um ambiente bem diferentes em outras épocas do ano. Campo da Missão No âmbito religioso, Porto Covo é uma paróquia que tem como padroeira Nossa Senhora da Soledade, cuja festa se celebra em finais de Agosto. Está confiada aos cuidados pastorais do pároco de Sines, P. José Pereira Fernandes. Todos os domingos, à tarde, é celebrada Eucaristia, na pequena Igreja, datada do século XVIII e situada num lugar bem central, o largo Marquês do Pombal.

Nesta paróquia, segundo rezam as crónicas, já houve Missão Popular em 1983 e 1989. Um dos relatos feitos nessa ocasião diz: “Valeu a pena? Todos sentimos que no final da Missão as pessoas de Porto Covo se deram conta de que aconteceu alguma coisa nova e boa. Jesus passou por ali!

 E tiveram pena de não terem aproveitado melhor. Outros sentiram que a Igreja pode ser outra coisa daquilo que vêm todos os dias. Momentos fortes foram a reunião das comunidades, a celebração para os Idosos (ao menos, alguém se lembrou de nós, diziam alguns) e as celebrações para as crianças. Estas deram o tom de festas à última parte da Missão”. Foi assim em tempos idos. Agora, de 19 de Janeiro a 2 de Fevereiro, acontece um novo tempo de Missão.

Tal como para a Missão de Sines, o anúncio foi feito no 2º domingo de Páscoa. Ao longo dos meses, pela oração e reflexão, preparou-se o terreno, desbravaram-se as dificuldades e levou-se a mensagem às pessoas. E chegou o dia! Presença da imagem da Senhora das Missões e Envio Sines e suas comunidades da Missão, entregaram à paróquia de Porto Covo a imagem da Senhora das Missões (oferta do Santuário de Fátima, e assim baptizada pelo povo, por acompanhar o trabalho da Missão). Transportada pelos Bombeiros Voluntários de Sines, foi acompanhada, em cortejo automóvel, por muitas pessoas. A imagem foi acolhida pelas gentes de Porto Covo e, de junto ao mar, todos, em procissão, percorreram a avenida central até á igreja.



Foi a Mãe, a convocar os filhos desta terra para este tempo forte de evangelização. Seguiu-se a Eucaristia, presidida pelo pároco, assistido pelos diáconos Joel e Simão. No momento próprio foi feito o envio dos missionários, dos animadores e dos donos das casas que acolhem as assembleias. Às comunidades (quatro), às visitas às casas e aos “montes”, aos encontros com crianças e doentes, junta-se, a 25 de Janeiro, um dia de formação para Animadores da Comunidade, orientado pelo Vigário geral da diocese, P. Domingos Pereira, que vai tratar o tema “Iluminados pela Palavra”. A equipa missionária é composta pelo P. Agostinho Sousa (CM) pela irmã Maria da Conceição Guimarães (Irmãs de Nª S.ª da Caridade do Bom Pastor – Colos) e pelo casal, António Vilhena e Marieta Costa (Paróquia de S. Domingos – Santiago do Cacém). P. Agostinho Sousa, CDM/Beja