segunda-feira, 3 de março de 2014

O Apostolado dos Leigos 


     Foi Pio XI que disse que um cristão, se não é apóstolo é apóstata. E o Concílio acrescenta e es-clarece: «Existe na Igreja diversidade de funções, mas unidade de missão. Aos Apóstolos e seus susucessores, confiou Cristo a missão de ensinar, santificar e governar em Seu nome e com o Seu poder. Mas os leigos, dado que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo». (Cf. Decreto sobre o apostolado dos leigos (=AA), n.º 2, 1965). «E, ainda, «no Corpo de Cristo, que é a Igreja, todo o corpo cresce segundo a operação própria de cada um dos seus membros.
   Mais: é tanta neste corpo a conexão e coesão dos membros (cfr. Ef. 4, 16), que se deve dizer que não aproveita nem à Igreja nem a si mesmo aquele membro que não trabalhar para o crescimento do corpo, segundo a própria capacidade» (AA). «Com efeito, o apostolado dos leigos, que deriva da própria vocação cristã, jamais poderá faltar na Igreja» (AA). Palavras esquecidas?

     Em virtude do Baptismo recebido – diz o Papa Francisco – cada membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário. Cada um dos baptizados… é sujeito activo de evangelização. E seria inapropriado pensar num esquema de evangelização realizado por agentes qualificados, enquanto o resto do povo fiel seria apenas o receptor das suas acções… Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos «discípulos» e «missionários», mas sempre que somos «discípulos missionários».
    Ainda: Certamente todos, somos chamados a crescer como evangelizadores. Devemos procurar simultaneamente uma melhor formação, um aprofundamento do nosso amor e um testemunho mais claro do Evangelho. Neste sentido, todos devemos deixar que os outros nos evangelizem constantemente. Isto não significa que devamos renunciar à missão evangelizadora, mas encontrar o modo de comunicar Jesus que corresponda à situação em que vivemos… O teu coração sabe que a vida não é a mesma coisa sem Ele. Então, aquilo que descobriste, o que te ajuda a viver e te dá esperança, é o que deves comunicar aos outros…

    Numa civilização paradoxalmente ferida pelo anonimato e, simultaneamente, obcecada com os detalhes da vida alheia, descaradamente doente de morbosa curiosidade, a Igreja tem necessidade de um olhar solidário para contemplar, comover-se e parar diante do outro, tantas vezes quantas forem necessárias. Neste mundo, os ministros ordenados e os outros agentes de pastoral podem tornar presente a fragrância da presença solidária de Jesus e o seu olhar pessoal. A Igreja deverá iniciar os seus membros, sacerdotes, religiosos e leigos, na «arte do acompanhamento», para que todos aprendam a descalçar sempre as sandálias diante da terra sagrada do Outro. Devemos dar ao nosso caminhar o ritmo salutar da proximidade, com um olhar respeitoso e cheio de compaixão, mas que ao mesmo tempo cure, liberte e anime a amadurecer na vida cristã (Cf. A alegria do Evangelho) 

   Também, nesta perspectiva, os Ministros Extraordinários da Comunhão (MEC) não visitam os ausentes para lhes levar coisa vulgar, mas Cristo presente na Eucaristia. Nobre serviço e «missão» exigente (importa que o compreendamos todos), quer na chamada, quer na formação espiritual.

     Lembra-se que o prazo de entrega dos requerimentos de recondução de MEC, em papel próprio (com marca de água), termina, como foi anunciado, em 28 de fevereiro. Compete aos párocos, reitores de igrejas ou superiores de casas religiosas assinar os requerimentos. Ser ministro extraordinário da comunhão não é título mundano, mas serviço a Cristo, nas igrejas e nas casas, para a Comunhão na Igreja. Na renovação dos MEC, teremos em conta a frequência na formação permanente. (Voz Portucalense)