sexta-feira, 2 de março de 2012

Faleceu D. Manuel Falcão

Faleceu D. Manuel Falcão 

Na Casa Episcopal, onde vivia, com o seu sucessor, faleceu  a 21 de Fevereiro.

D. Manuel Franco da Costa de Oliveira Falcão nasceu a 1o de Novembro de 1922 em Lisboa. Era filho de Manuel da Costa Falcão e Maria Felismina Franco Falcão, católicos convictos, transmitindo a sua fé aos filhos por testemunho de vida e educação. Era o primeiro de oito filhos. Fez uma parte dos seus es­tudos secundários no Colégio das Caldinhas, S. Tirso, da Companhia de Jesus. De 1939 a 1945,frequen­tou e concluiu o Curso de Enge­nharia Mecânica no Instituto Su­perior Técnico. Foi vicentino, mili­tante da JUC e cofundador do Cen­tro de Acção Social Universitária (CASU). Entrou no Seminário em 1945. Foi ordenado presbítero pelo Cardeal Patriarca de Lisboa D. Manuel Cerejeira. Foi professor e prefeito no Seminário dos Olivais. Teve acção relevante na promoção dos estudos de sociografia religio­sa, na criação e lançamento do Se­cretariado das Novas Igrejas do Patriarcado; criação do Secretaria­do de Informação Religiosa; na co­laboração habitual na Voz da Verdade e no jornal Novidades e em revistas da Acção Católica. Proce­deu ao primeiro recenseamento da prática dominical no Patriarcado (1955). Na qualidade de secretário particular, acompanhou o Cardea1 Patriarca a inauguração de Brasília (196o). Foi eleito cónego da Sé a 24 de Março de 1962.


Paulo VI chamou-o ao episcopado em 6 de Dezembro de 1966, como Bispo de Telepte e Auxiliar de Lisboa. A sua ordenação epis­copal teve lugar a 22 de Janeiro de 1967. Foi secretário da Conferência Episcopal Portuguesa e delegado da Conferência no Conselho das Con­ferências Episcopais da Europa (CCEE). A ele se deve, como mem­bro da Comissão Episcopal de Pas­toral, da organização das semanas de anualização pastoral à luz do Vaticano II para o clero de todo o país, bem como, já como Bispo de Beja, a realização e o apuramento do I Recenseamento da. Prática Dominical em todas as dioceses de Portugal (1977).


Foi nomeado Bispo coadjutor de Beja, por Paulo VI, em 1974, passando a Bispo residencial em 198o, sucedendo Arcebispo-Bis­po D. Manuel dos Santos Rocha. A entrada solene na Se de Beja teve lugar no dia 1 de Outubro. Acompa­nhou sempre as reuniões arciprestais do clero; dotou de estatutos os Conselhos Presbiteral e Pas­toral; instituiu o Fundo Comum do Clero; e, sobretudo para os sacer­dotes idosos ou doentes, promo­veu a construção da Residência PAX do Clero de Beja. Em 1995, ordenou os quatro primeiros diáconos permanentes da diocese. Re­modelou o Seminário. Impulsio­nou a pastoral das vocações. Dedi­cou especial atenção à vida religi­osa. Instituiu a Semana dos Consa­grados. Definiu a situação canóni­co-jurídica de mais de trinta instituições de solidariedade social da Igreja, redigindo os estatutos de varias delas. Criou em 1984 o De­partamento do Património Históri­co e Artístico da Diocese. Erigiu canonicamente o Coro do Carmo, o Museu de Arte Sacra de Santiago do Cacem e o Tesouro da Basílica Real de Castro Verde. Formalizou, a 2 de Fevereiro de 1997, nos termos do Direito Canónico, o pedido de resignação. Esta foi-lhe concedida no dia 25 de Janeiro de 1999, suce­dendo-lhe D. António Vitalino Fer­nandes Dantas. (AlC).