Data evoca marca essencial «da espiritualidade e identidade do povo português»
Lisboa, 07 dez 2011 (Ecclesia) – A solenidade da Imaculada Conceição, que a Igreja Católica assinala esta quinta-feira, é uma marca essencial “da espiritualidade da alma e da identidade do povo português”, defende o reitor do Santuário de Vila Viçosa, na arquidiocese de Évora.
O padre Francisco Couto assinala a data, num texto publicado na mais recente edição do semanário da Agência ECCLESIA, conjuntamente com o padre Senra Coelho, historiador do Instituto Superior de Teologia de Évora.
Os sacerdotes recordam que não se trata de “uma simples festa cristã” mas sim de uma devoção que “engloba indubitavelmente” a construção da independência nacional.
O dia da Imaculada Conceição é feriado nacional em Portugal e a Conferência Episcopal informou a Santa Sé e o Governo da sua vontade de que a data permanecesse “intocável” nas alterações promovidas pelo Executivo.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue actualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de Dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
“A Solenidade da Imaculada Conceição liga dois acontecimentos decisivos na História da independência de Portugal e no contexto das Nações Europeias”, referem os dois teólogos, que recordam depois a forma como o debate e a celebração desta festividade começou a ganhar forma, no nosso país e em toda a Europa.
A Universidade de Coimbra “tem um papel importante em todo este processo”, adiantam, já que todos os seus intelectuais “defenderam o dogma sob forma de juramento solene”.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria seria proclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’.
“De tal modo a Imaculada Conceição caracteriza a espiritualidade dos portugueses, que durante séculos o dia 8 de Dezembro foi celebrado como "Dia da Mãe" e João Paulo II incluiu no roteiro da Visita Pastoral de 1982 dois Santuários que unem o Norte e o Sul de Portugal: Vila Viçosa no Alentejo e o Sameiro no Minho”, sublinham os padres Francisco Couto e Senra Coelho.
JCP/OC
O padre Francisco Couto assinala a data, num texto publicado na mais recente edição do semanário da Agência ECCLESIA, conjuntamente com o padre Senra Coelho, historiador do Instituto Superior de Teologia de Évora.
Os sacerdotes recordam que não se trata de “uma simples festa cristã” mas sim de uma devoção que “engloba indubitavelmente” a construção da independência nacional.
O dia da Imaculada Conceição é feriado nacional em Portugal e a Conferência Episcopal informou a Santa Sé e o Governo da sua vontade de que a data permanecesse “intocável” nas alterações promovidas pelo Executivo.
A ligação entre Portugal e a Imaculada Conceição ganhou destaque em 1385, quando as tropas comandadas por D. Nuno Alvares Pereira derrotaram o exército castelhano e os seus aliados, na batalha de Aljubarrota, e consolidaram a afirmação da identidade lusitana.
Em honra a esta vitória, o Santo Condestável fundou a igreja de Nossa Senhora do Castelo, em Vila Viçosa, e fez consagrar aquele templo a Nossa Senhora da Conceição.
A antiga igreja de Nossa Senhora do Castelo, espaço onde se ergue actualmente o santuário nacional, afirmou-se nos finais do século XIV como o primeiro sinal desta devoção, em toda a Península Ibérica.
Um segundo passo deu-se durante o movimento de restauração da independência que acabou com o domínio castelhano em Portugal e que culminou com a coroação de D. João IV como rei de Portugal, a 15 de Dezembro de 1640, no Terreiro do Paço, em Lisboa.
O mesmo D. João IV, atento a uma religiosidade que também já envolvera a construção de monumentos como o Mosteiro da Batalha, o Convento do Carmo e o Mosteiro da Conceição, coroou a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha e Padroeira de Portugal durante as cortes de 1646.
“A Solenidade da Imaculada Conceição liga dois acontecimentos decisivos na História da independência de Portugal e no contexto das Nações Europeias”, referem os dois teólogos, que recordam depois a forma como o debate e a celebração desta festividade começou a ganhar forma, no nosso país e em toda a Europa.
A Universidade de Coimbra “tem um papel importante em todo este processo”, adiantam, já que todos os seus intelectuais “defenderam o dogma sob forma de juramento solene”.
O dogma da Imaculada Conceição de Maria seria proclamado pelo Papa Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854, através da bula ‘Ineffabilis Deus’.
“De tal modo a Imaculada Conceição caracteriza a espiritualidade dos portugueses, que durante séculos o dia 8 de Dezembro foi celebrado como "Dia da Mãe" e João Paulo II incluiu no roteiro da Visita Pastoral de 1982 dois Santuários que unem o Norte e o Sul de Portugal: Vila Viçosa no Alentejo e o Sameiro no Minho”, sublinham os padres Francisco Couto e Senra Coelho.
JCP/OC