domingo, 28 de junho de 2015


CRISMAS EM SINES


Há dois anos, iniciámos uma caminhada conjunta, mesmo que em diferentes grupos de catequese, de preparação, partilha, entrega, dádiva e de descoberta deste amor tão grande e maravilhoso de Deus por nós. Temos a presunção de achar que escolhemos esta altura das nossas vidas para realizar esta etapa, quando, na realidade, foi Ele que achou que era chegado o momento. Temos percursos de vida distintos, mas algo que não sabemos bem explicar, nos impelia, semana após semana, para aquela catequese. Após um dia de trabalho, exaustos, conseguimos esquecer cansaços, problemas e atribulações. Tentámos, com todas as nossas fraquezas, dar o máximo para compreender o que os nossos catequistas nos transmitiram para crescermos mais um pouco na fé. 
Em todo este percurso, ouvimos falar muitas vezes do Espírito Santo. Na própria Palavra de Deus que escutámos semana após semana, o Espírito Santo aparece-nos de várias formas, como vento, brisa, sopro, fogo, sendo inequivocamente transversal a toda a Sagrada Escritura, e sem que nos apercebamos, essa transversalidade, também ocorre nesta nossa caminhada. Alguns de nós tiveram o privilégio de O conhecer desde tenra idade, outros apenas agora.
Chegámos, agora, ao fim da catequese, mas se com ela esclarecemos dúvidas e encontrámos respostas, também ficámos cheios de uma inquietude que nos faz a cada dia querer conhecer mais este Amor de Deus. Na reta final da nossa preparação, tentámos, com todas as nossas fragilidades, esvaziar-nos de nós mesmos, do que nos enche o ego, para que fossemos arranjando espaço para que o Espírito Santo pudesse atuar em nós.
Como preparação para a celebração da nossa Confirmação, fomos agraciados, na noite de sábado, dia 20 de Junho, com uma vigília de oração e contemplação, cheia de simbolismo e evocação do Espírito Santo, pensada, vivida e partilhada ao pormenor, numa comunhão de verdadeira fraternidade com os jovens da nossa paróquia e todos os paroquianos que desejaram estar presentes. As luzes foram apagadas, ajoelhámo-nos em adoração e representando toda a nossa pequenez diante da verdadeira luz que é Cristo, presente no Santíssimo Sacramento. Vivemos um turbilhão de emoções, uma alegria imensa, cairam-nos lágrimas, fechámos os olhos, de coração a transbordar, sentimo-nos amados. Não somos melhores que ninguém, mas sentimo-nos realmente especiais, vivemos sensações indescritíveis que nunca esqueceremos.
Hoje, dia 21 de Junho, com as emoções à flor da pele, os 25 crismandos que nos encontrávamos na igreja, voltámo-nos a sentir privilegiados. Sentimos uma enorme gratidão por sermos escolhidos para, na Eucaristia das 11h00, recebermos da mãos do senhor Bispo-coadjutor, D. João Marcos, o Espírito Santo no sacramento da Confirmação. Só um Pai dotado de amor infinito nos escolhe com todas as nossas fraquezas para seus filhos.
Na  homilia o senhor Bispo referiu que, como os discípulos que foram convidados a passar à outra margem, também a nossa vida é como uma travessia entre margens que devemos percorrer. Estamos nesta margem, e entrámos na barca, a Igreja, como relembrou o senhor D. João, para que, apesar de todas as tempestades, maremotos e correntes contrárias, alcancemos a outra margem, a vida nova em Jesus Cristo. Há dias em que remamos, outros em que nos sentimos sem forças para remar, outros mesmo, em que nos passa pela cabeça atirar os remos ao mar e deixarmo-nos ir ao sabor da corrente, seguindo o canto das sereias do nosso tempo, mas deixemo-nos amarrar ao mastro desta barca, Jesus Cristo.  
Hoje, a “bofetada” ritual do senhor D. João Marcos, tornou-se como um convite a que soltássemos as amarras e remássemos com todas as nossas forças para neste mar, que é a nossa vida concreta, irmos testemunnhar e anunciar, pela força do Espírito Santo, o amor de Deus, concretizado em Jesus Cristo, que deu a sua vida por cada um de nós.  Que o Espírito Santo que desceu hoje sobre nós não nos deixe saltar da barca. Que este Espírito Santo nos encha de uma inquietude que nos faça querer cada vez mais levar a barca à outra margem, sem que a nossa fé vacile, e faça de nós exemplo para atrair mais “barqueiros” para a travessia.
Não poderia, dando corpo a um sentimento comum a todos os crismados, deixar de agradecer ao senhor Bispo-coadjutor, o senhor D. João Marcos, ao nosso pároco, o senhor padre José Fernandes Pereira, ao senhor padre António Cartageno, que também concelebrou nesta Eucaristia, tocou orgão e regeu o nosso coro. O nosso agradecimento estende-se aos nossos catequistas, aos diáconos e todos aqueles que com a sua oração e a sua amizade nos acompanharam ao longo deste tempo.  
De coração agradecido rezamos com Santa Teresa de Jesus: que nada nos perturbe, nada nos espante, porque só Deus basta!
Ana Margarida Godinho 

terça-feira, 9 de junho de 2015



ATENÇÃO CRISMANDOS E PADRINHOS


DATAS A RETER EM JUNHO:



Dia 17 (Quarta-feira) – Encontro com o senhor Bispo, 
                                     às 18h00, na Igreja. 

Nota: Os padrinhos que possam devem estar presentes.



Dia 20 (Sábado) – Confissões, às 11h00, na Igreja. 

Nota: As confissões são para os crismandos, padrinhos e todos os que se desejem confessar.



Dia 21 (Domingo) – Eucaristia e celebração do Crisma, às11h00

Nota: Os crismandos e os padrinhos devem estar obrigatoriamente na Igreja, às 10h25. 


Fabrice Hadjadj: "A conversão é um ponto de partida, não de chegada"



Fabrice Hadjadj 
De família judia da esquerda radical, ele era ateu, niilista, comunista e só queria atacar a Igreja. Hoje, o professor francês Fabrice Hadjadj é um dos mais renomados pensadores católicos do mundo, depois de ter atravessado um longo processo de conversão.
“Minha família era judia e de extrema esquerda e eu cresci com o espírito de revolta”, conta Hadjadj, que desenvolveu um ateísmo marcado pelo anarquismo. A leitura de Nietzsche o levou ainda ao niilismo, aumentando nele a “violência anticristã”.
“Um dia, um amigo meu publicou um livro de aforismos, em que cada um vinha precedido por uma citação bíblica”. Fabrice Hadjadj viu nisto mais uma oportunidade de ridicularizar Deus. “Eu queria ler a Bíblia para rir. Tinha encontrado um procedimento mordaz para ridicularizar as Escrituras. O problema era que, para caçoar bem da Bíblia, eu tinha que lê-la”.
Isaías e Jó“Comecei com a leitura de Isaías e de Jó. O choque! Que sopro mais incrível! Mais tarde, reli os Evangelhos. Quanta simplicidade unida a tanta profundidade! A palavra de Jesus não era uma palavra como qualquer outra: era a palavra em carne e osso e em espírito. Eu tinha querido me desviar da Escritura, e ela me devolveu ao caminho”.
A doença do pai“Alguns meses mais tarde, o meu pai ficou doente. Eu não sabia o que fazer para ajudar. Corri à igreja de São Severino, perto da minha casa em Paris. Era a igreja em que eu tinha caçoado dos fiéis uns dias antes. Então orei e foi uma revelação. Não era uma grande luz, era uma voz descendo do céu. Eu estava em paz e a paz me mostrou que a oração é a essência da palavra, o próprio lugar do homem”.
O julgamento de um nazista“Outro sinal de Deus em minha vida foi o julgamento de Paul Touvier”, um colaborador nazista condenado por crimes contra a humanidade por ordenar o fuzilamento de sete judeus em 1944. “Assisti porque um amigo meu era advogado no julgamento. Naquela tarde, em sua casa, este jovem se perguntava se teria sido melhor do que aquele homem. De repente, eu descobri a minha miséria interior e pensei em Cristo como um Inocente, um absoluto Inocente que veio para me redimir, com toda a humanidade manchada pelo mal, para me salvar com todos, vítimas e verdugos”.
Cinco anos mais tarde, “fui batizado na Abadia de Solesmes”. Soube, anos mais tarde, que aquele foi precisamente o lugar em que o condenado no julgamento tinha se escondido durante meses.
Professor, pai de família e defensor da vidaApós descobrir a fé, a vida de Fabrice Hadjadj mudou completamente. Ele não queria ter filhos. Agora tem seis. Através da sua coluna no jornal "Le Figaro", ele tem sido um dos intelectuais que mais questionam a equiparação entre a união homossexual e o casamento, bem como as consequências da adoção de crianças por parte de casais homossexuais.
O demônio e o mundo de hojeUm de seus livros mais importantes trata do "príncipe deste mundo". Hadjadj observa que “é preciso entender que o ateísmo e o liberalismo não são as piores dores de cabeça, já que o diabo não é ateu. Sabendo exatamente a verdade, ele nos leva ao erro dando-lhe um aspecto atrativo; utiliza a nossa energia para lutar contra um erro fazendo-nos cair no erro oposto”.
Fé, coerência e razãoOs cristãos devem ter cuidado com a “fé desencarnada, em que alguém se dedica a ‘organizações benéficas imaginárias’ e se esquece de amar o próximo em casa ou na própria cama”.
"Hoje em dia está na moda dizer ‘sou ateu’, ‘sou homossexual’, etc… Ninguém diz ‘sou homem’. O importante, para o crente, é compreender que, diante dele, há sempre um homem, alguém que está, como eu, exposto ao pecado e à morte e que talvez seja um pouco menos consciente do Mistério".
Conversão e vivência do presente“Não gosto de ser anedótico e retrospectivo. A conversão é um ponto de partida, não de chegada. É como um nascimento. Mas não se pode perguntar aos convertidos unicamente por aquilo que sucedeu no momento do parto. Eu me pergunto sempre sobre o meu batismo, que foi algo extraordinário. Mas me perguntam menos pelo meu matrimônio, que, no entanto, é o cumprimento do meu batismo. Eu poderia escrever milhares de páginas sobre a minha conversão. Mas seria prisioneiro de algo que pertence ao passado. Devo sempre poder dizer que, se sou cristão, é também graças a ela, que está ao meu lado. O que fundamenta a fé é principalmente o assombro diante daquilo que me rodeia”.

(Do blog Modéstia Masculina)